desilusão de um quase. É o que incomoda, que me
entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda,
quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.Basta
pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances
que se perderam por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por
essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher um vida morma; ou
melhor, não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está
estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços,
na indiferença dos "Bom Dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e
falta até coragem para ser feliz. A paixão queima , o amor enlouquece,
o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a
alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse no
meio termo, o mar não teriam ondas, os dias seriam nublados, e o arco-íris
em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige e nem acalma,
apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance,
para as coisas que não podem ser mudadas, resta-no somente paciência, porém,
preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros erros há perdão, pros fracassos, chance; Pros amores impossíveis , tempo. De nada,
adianta cercar um coração vazio ou economizar a alma. Um romance cujo o fim é instantâneo,
ou indolor, não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o
medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando
do que sonhando, fazendo do que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem
quase morra esteja vivo, quem quase vive, já morreu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário